O percurso de Maria Matias (2000, Caldas da Rainha) tem-se desenvolvido essencialmente entre Leiria e Lisboa. Começou em terras de mar e pescadores, São Martinho do Porto e Peniche, de onde as práticas e as pessoas foram, mais tarde, apropriadas e transferidas para as suas experimentações artísticas.
A primeira porta para este universo abriu-a a sua avó, que a levava para as aulas de pintura na Universidade Sénior, quando ainda era pequenina. Mais tarde virou-se para a terra e para a cidade e concluiu a formação em Cerâmica na Escola Artística António Arroio, em Lisboa. E foi claro que dali seguiria os estudos artísticos, até concluir o mestrado em Artes Plásticas na ESAD.CR, em 2023.
Perguntei-lhe como tinham sido esses anos académicos e o que observava de diferente em cada ciclo de estudos. Contou-me que na licenciatura aconteceu o maior encontro com referências, conteúdos e diversidade de práticas. Manteve-se na exploração tridimensional, mas deslocou-se da cerâmica para o gesso, os arames e os têxteis. Nesse periodo, viu-se investigando sobre memórias de criança, de quando observava os processos de produção e remendagem de redes de pesca feitos pelas muheres, nas praias da Costa de Prata. Com o acumular de tempo e experiência, a sua incidência na exploração formalista – na extrapolação das possibilidades desses materiais – desacelerou e, em 2021, começou um processo de intelectualização da sua prática. Neste processo de pensar, o principal veículo que usou foi desenhar. Desenhou elementarmente, gestualmente. Saturou diários gráficos de séries de reconhecimento de movimentos, nos quais é possível imaginar o gesto rotundo e repetido, repetido inteiro e em partes, sombra de uma mão pensante e dinâmica, mecanicamente interrogante.
Dessa exploração resultaram as primeiras experiências com cera de abelha aplicada sobre tecido. Depois da realização de um workshop com a artista Sara Bichão, voltou à escultura e transferiu a forma daqueles desenhos e a cera para corpos no espaço, que foram exibidos na sua primeira exposição individual Três-Com-Três (2023, Caldas da Rainha). Desde 2020 que a artista expõe o seu trabalho, tendo já passado por Óbidos, Leiria, Loures, Torres Vedras, Lisboa e Porto, assim como integrou a edição número 11 da revista Dose.
Para breve espera-nos a sua participação na revista S/ Título, mais uma exposição nas Caldas da Rainha e uma mostra da participação no programa de residências da Rama Studios, em Torres Vedras.
Pessoa com personalidade de baleia e de borboleta. Olhos castanhos, rosto redondo, pé 39. Overthinker.
Licenciou-se em Ciências da Comunicação, fez artesanato em Óbidos, ainda não tirou a carta.
Absorve tudo o que puder, mais pelo pathos do que pelo logos. Para o ethos recomenda trekkings e tendas.
Atualmente estuda Gestão e Valorização do Património Histórico e Cultural na Universidade Évora.
Pessoa com personalidade de baleia e de borboleta. Olhos castanhos, rosto redondo, pé 39. Overthinker.
Licenciou-se em Ciências da Comunicação, fez artesanato em Óbidos, ainda não tirou a carta.
Absorve tudo o que puder, mais pelo pathos do que pelo logos. Para o ethos recomenda trekkings e tendas.
Atualmente estuda Gestão e Valorização do Património Histórico e Cultural na Universidade Évora.