Superlinox é um artista anónimo focado na escultura e na Street Art. Por vezes comparado a Banksy, Superlinox ganha reconhecimento pelas suas esculturas, que surgem do dia para a noite, nos locais mais inesperados – e sempre com uma mensagem a transmitir.
Surge em Setúbal, tendo as suas primeiras “aparições” públicas em 2021, com obras como “LIMONCELLO & CIGARETTES” e “THE REBEL COFFEE POT”. Atualmente concentra o seu trabalho maioritariamente na cidade de Lisboa. Desde o início que o seu objetivo principal sempre foi o mesmo: transmitir uma ideia.
Ao fazê-lo, procura explorar principalmente a própria noção de ideia. Ao fazê-lo usando a escultura e a Street Art, ganha uma permanência inerente, muito própria desta forma de arte. Tal afirmação poderá parecer contraditória, tendo em conta o caso específico em que nos debruçamos. Como poderão peças que por vezes não só surgem do dia para a noite como também desaparecem com a mesma rapidez, trazer a permanência? Neste caso, defende o próprio artista, referimo-nos a uma permanência não daquilo que é físico e material, mas sim da ideia que a própria peça transmite.
Superlinox escolhe a escultura e a Street Art devido a esta permanência, mas também devido a motivos mais pessoais. Com ligação ao graffiti desde cedo, e posteriormente aluno da faculdade de Belas Artes, o artista considera que escolhe a escultura no percurso de vivências pessoais e artísticas. A escultura, aliada à Street Art, traz a ideia de permanência de uma forma mais eficaz. Quando falamos de Street Art, falamos de peças que são colocadas no espaço público – visíveis a todos, junto a todos. Esta forma artística traz uma maior proximidade com o público em geral. Devido a tal, as peças são também pensadas para serem perceptíveis a todos – no sentido em que poderão ser entendidas por todos, mantendo em aberto as ideias e entendimento de cada um. Podemos ver isso mesmo em peças como “RICARDO” e “JOEL”, por exemplo.
As ideias das suas peças geralmente estão sempre ligadas à atualidade. Estas temáticas surgem ao artista de forma natural, que, tal como todos nós, presencia o contexto atual do mundo e da humanidade. Estando a política ligada a este contexto e, também, intrínseca à (es)cultura, muitas das suas peças fazem-nos repensar também ideais políticos e pessoais. Em peças como “PUTO RASTA” , “IRMÃOS MELNYK”, “SALVADOR”, “SOFIA” e “JENNIFER” – para nomear poucas – este “pedido ao pensamento” é inerente.
O mesmo surge não como uma forma de mérito próprio ou como uma forma de passar uma determinada mensagem política, mas principalmente como algo que deve ser interpretado de forma individual.
Por vezes com um caráter humorístico ou satírico, o artista comenta este como “uma espécie de salvação diária: rir para não chorar.” Este caráter é inerente a obras como “SÓNIA”, descrita da seguinte maneira no Instagram de Superlinox: “A Sónia vive numa casa partilhada com outros seis inquilinos, num quarto sem janela. Sempre que a cozinha está demasiado concorrida, vai à rua apanhar ar e não desanima. (…) Quando desanima, vai à farmácia e refugia-se em comprimidos para a ansiedade.”
Uma clara provocação às temáticas da juventude, da saúde mental e do direito à habitação, “SÓNIA” tem também este “cheirinho” de humor que promove o pensamento destas temáticas da forma natural que é pretendida.
Superlinox referiu em entrevista: “Sinto que estou a oferecer poemas de intervenção e liberdade.” Claramente, é exatamente isso que presenciamos. Acima de tudo, um artista que nos faz pensar – no estudo, no Estado, e no estado em que estamos.
Sofia Caleira nasceu em Lisboa, no ano de 1999. Criada em Palmela, sempre se interessou pelas artes e cultura, e, desta forma ingressa na licenciatura em História da Arte, na Faculdade de Ciências Sociais e Humana na Universidade Nova de Lisboa.
É aí que ganha algum interessa pela escrita e pela investigação, o que se refletiu em alguns artigos académicos e jornalísticos. Atualmente trabalha maioritariamente como freelancer.
Sofia Caleira nasceu em Lisboa, no ano de 1999. Criada em Palmela, sempre se interessou pelas artes e cultura, e, desta forma ingressa na licenciatura em História da Arte, na Faculdade de Ciências Sociais e Humana na Universidade Nova de Lisboa.
É aí que ganha algum interessa pela escrita e pela investigação, o que se refletiu em alguns artigos académicos e jornalísticos. Atualmente trabalha maioritariamente como freelancer.