Associação Portuguesa das Artes e da Cultura

Miguel Chorão

Fotógrafo

Miguel Chorão é fotógrafo e também produtor em cinema. Com origem em Lisboa, deu-nos a conhecer a perspetiva da lente da sua vida e do que à sua volta o inspira.
Tem dificuldade em identificar a altura em que tudo começou. Inicialmente, gostava de ir fotografar locais abandonados, umas vezes sozinho, outras com amigos. Por volta dos 20 anos, altura em que decidiu mudar de curso e arriscar numa licenciatura em Audiovisual e Multimédia, começou também a participar e a fazer alguns voluntariados em festivais de música e cinema e a fazer outros projetos. Numa primeira fase, apostou em fotografia mas com o tempo percebeu que existiam outras áreas artísticas que tinha curiosidade. Conhecer as pessoas, lidar com elas e criar projetos, levou-o até à produção. Atualmente, aborda as artes (cinema e fotografia) numa perspetiva em que, além de querer mostrar projetos pessoais, quer encontrar e criar soluções para que outros o possam fazer. Acima de peças ou trabalhos, as histórias (das pessoas que as fazem) e a forma como são contadas é o que mais o entusiasma. Desta forma, sente-se realizado com a área onde está agora, já que tem tido diversas oportunidades e tem conhecido pessoas inspiradoras. Contudo, confessou-nos que num futuro próximo, gostava de conseguir ter mais tempo para organizar os projetos pessoais e conseguir aproveitar mais o momento presente. É fácil para o Miguel encontrar-se com demasiadas coisas em mãos ao mesmo tempo. Alguma loucura e incapacidade de dizer que não levam-me a situações muito interessantes (e por vezes boas), mas sempre muito desgastantes.
O “Filmes aos Montes” é um projeto que marcou o rumo da importância do cinema na sua vida. Tudo começou há pouco mais de um ano e meio de um grupo de desconhecidos (na sua maioria). Por sorte, ou azar, deram-se todos muito bem e partilham a mesma vontade de ir para a frente e concretizar as coisas. Começaram por fazer uma curta metragem, que está atualmente em pós produção e de seguida um ciclo de curtas e micro filmes, o “Trás–os–Filmes”, que tem uma componente educativa de workshops de micro filmes: Cinema até 2 minutos que lecionaram no agrupamento de escolas de Mondim de Basto em Outubro de 2023. É um projecto que actualmente está a crescer, tanto em projetos como em equipa, e que espera que venha a ter uma longa vida. Em relação ao porquê de Trás–os–Montes, a resposta é simples. Um dos membros do coletivo cresceu na região. É um sítio lindíssimo e são uma comunidade que se mostrou disponível e aberta a recebê-los e a apoiá-los desde o princípio. Recorda-se de uma senhora que não os conhecia de lado nenhum e, mesmo assim, abriu as portas de casa para escolherem uma estante que estava em falta na decoração do set.
Relativamente à sua projeção internacional, contou-nos que esteve recentemente a trabalhar num festival de cinema em Roterdão e que ajudou a responder a essa questão, mas também a complicou. Por ter vivido experiências como a que viveu em Trás–os–Montes (mais especificamente em Mondim de Basto), sente que Portugal tem muito para oferecer. No entanto, a um nível salarial, a realidade dos projetos e dos apoios fora de Portugal é completamente diferente – e às vezes mais aliciante. Tendo ambos os lados bem pesados, por agora não vai trocar a precariedade que se sente em Portugal por causa das pessoas que cá estão e com quem se tem cruzado. Contudo, não fecha a porta a experiências temporárias fora que têm o seu lado fascinante. Num futuro próximo, quer continuar a fazer coisas que gosta. Primeiro, quer terminar a primeira curta metragem. Depois, começar a pensar na próxima e continuar a preparar a próxima edição do Trás–os–Filmes que ocorrerá novamente em Mondim de Basto, em Outubro. Além disso, quer tentar não se colocar em demasiados projetos ao mesmo tempo – a esperança é a última a morrer segundo dizem.
Um criativo da cabeça aos pés e que tem um grande interesse em criar impacto nos outros, de forma a fazê-los pensar sobre as suas vidas.

Catarina Soares

Catarina Soares

A arte caminha comigo desde sempre e é essencial à minha criatividade e força de vontade.
Tenho formação em ciências da comunicação e serei em breve mestre em gestão, mas sou apaixonada pelos meus projetos pessoais também, como a SADBYC.

Catarina Soares

Catarina Soares

A arte caminha comigo desde sempre e é essencial à minha criatividade e força de vontade.
Tenho formação em ciências da comunicação e serei em breve mestre em gestão, mas sou apaixonada pelos meus projetos pessoais também, como a SADBYC.